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domingo, 25 de maio de 2014

Desabafo II

Contagem regressiva!
A frase já virou clichê mas é o que resume a situação:
Só as fortes entenderão!
Nós mulheres sofremos tanto com o peso que sabemos o quanto estar na casa dos 50 é cobrado pela sociedade, o máximo aceitado seria a casa dos 60, acima disso já é considerada muito gorda.
Sabemos que não é verdade, sabemos o real significado do que é ser muito gorda. A felicidade de entrar na casa dos 60 deve estar além desse pensamento de gorda ou muito gorda. Nós desse grupo sabemos mais d que ninguém que essa imposição/ditadura é ofensiva tanto a nós e a nossa saúde quanto para sociedade. Quem aqui já deixou de se pesar durante a obesidade para não se deprimir com o real peso? Esse afastamento da balança e afastamento da realidade que nos fez chegar tão longe do peso ideal.
Imaginem a maioria de nós que chegamos a casa dos 3 dígitos? O quão julgados fomos e/ou o quão julgados somos.
Julgados por termos excluido da nossa vida a preocupação do peso e por termos buscado prazeres da vida, ou existe dúvidas que comidas/bebidas são associados a felicidade? Reunir amigos geralmente se dá em volta de uma mesa, convidar amigos para te visitar geralmente pra almoçar, tomar um café, jantar... Pessoas que não vê a anos? Vamos marcar um Churrasco! O capitalismo cada vez mais criando sabores pela disputa de mercado, sem preocupação com a qualidade dos alimentos e nos caimos nessa armadilha.
O real significado de ter chegado onde chegamos era a busca da felicidade, certo que do modo errado, mas era!
Só que esses prazeres tinham um preço caro: A saúde, autoestima e a própria felicidade.
Não somos fracos por ter chegado onde chegamos, e sim fortes por nos recuperarmos dessa condição que muitas vezes parecia que nunca teria solução .
Não podemos ser hipócritas em dizer que a estética não conta nada para nossa vida e autoestima, mas também não devemos nos apegarmos a ditadura do corpo perfeito. Sentir-se bem com você mesma e seu corpo é o que importa. Vibrar ao chegar a casa dos 60 pra mim é comemorar estar chegando perto do índice de massa corporal considerado ideal para meu peso e altura, estar com a autoestima la em cima e riscos à saúde serem reduzidos significativamente.
Não podemos esquecer de nossas origens, da nossa luta, de todo sofrimento enfrentado. Nós somos muito mais fortes hoje, pois a vida nos permitiu conhecer um caminho bem difícil e o melhor: superar ele.
#vidanova
#borboletas
Grande abraço pessoal!
Até a próxima postagem.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

DESABAFO


Sabe o que eu descobri e percebi depois de fazer a cirurgia bariátrica? 

Percebi que meus problemas eram amenizados com comida.

Descobri que eu me apoiava nela como uma amiga.

Percebi que comer era um prazer sem igual.

Descobri que os momentos bons da vida como: reunir amigos, visitar parentes, passear no shopping, festas, quase sempre acabam sendo celebrados em volta de uma mesa e que talvez por esse motivo a comida seja associada com a felicidade para nós obesos.

Percebi que a comida é um vicio que somos obrigados a controlar pro resto da vida.

Descobri que a felicidade que ela proporciona era uma ilusão. Falsa ilusão!

Percebi que tinha vergonha de mim e do meu corpo e que me escondia na minha própria amargura.

Descobri que eu comia por momentos mais felizes que nunca chegaram.

Percebi que pensamentos de arrependimento, durante a dieta liquida, eram mais frequentes que minha felicidade de estar emagrecendo, mas refleti bem e pensei: Poxa, será que era essa vida doente que eu queria pra mim?

Descobri que estava me iludindo com pensamentos de que poderia ter somente reduzido a comida e que não precisava de cirurgia, de tantas restrições, de todo esse sofrimento.

Percebi que fui bem franca comigo mesmo ao admitir que não! Admito, nunca teria conseguido sozinha.

Descobri que muitas pessoas magras não sabem o que os obesos passam.

Percebi que muitas vezes me importei com opiniões alheias.

Descobri que essas opiniões é que me deixaram muito mais doente.

Percebi que minhas fotos nas redes sociais são antigas.

Descobri que sempre procurei me ausentar de fotos.

Percebi que tapar a barriga com a almofada não me ajuda a parecer mais magra.

Descobri que odiava tirar fotos.

Percebi que se eu tivesse a oportunidade e minha vida e meu bem estar não estivessem em jogo eu estaria “furando” a dieta pós operatória.

Descobri que não gosto de fazer dieta.

Percebi que é necessário viver pro resto da vida de dieta.

Descobri que não gosto de ser gorda.

Percebi que pensei: o que foi que eu fiz?

Descobri que eu fiz a escolha pela vida e felicidade, pela saúde e autoestima.

Percebi que não preciso da preguiça que a obesidade proporciona.

Descobri que preciso de parques da natureza e de mais momentos de lazer.

Percebi meu escapismo, cada dia maior, das atividades de lazer, tudo pra evitar fadiga e das dores nas pernas.

Descobri que as pessoas não lembram mais de mim por eu me esconder tanto.

Percebi que, mesmo sendo um estranho, me chamarem de gordo ou do mais comum apelido: gordinha. Magoava-me muito!

Descobri que posso ser mais do que somente “um rosto lindo”!

Percebi que não comia pra engordar e sim por momentos felizes.

Descobri que esses momentos felizes nunca chegaram.

Percebi que sou fraca e que precisava de mais amizades e não de mais comida.

Descobri que o capitalismo esta condenando a nossa sociedade a essa pandemia chamada obesidade.

Percebi que a obesidade é uma pandemia.

Descobri que obesidade é uma doença crônica.

Percebi que quero apenas ser bonita e não mais ridicularizada pelas opiniões de algumas pessoas magras (disse algumas, não todas) que não entendem como uma pessoa pode chegar a tal ponto de obesidade.

Descobri que ser gordo é traumático e que me trouxe marcas na pele como cicatrizes e estrias que terei que carregar pro resto da minha vida.

Percebi que as marcas não são somente na pele.

Descobri que cicatrizes e estrias podem ser escondidas, amenizadas, e que não são piores do que ser obeso mórbido.

Percebi que minha cabeça deve ser tratada.

Descobri como tratar minha cabeça.

Percebi a importância de participar de um grupo de pessoas que passam a mesma dificuldade que a sua.

Descobri como procurar ajuda.

Percebi que, principalmente, quem deveria me ajudar era eu mesma.

Descobri que comer bem não é comer um montão e sim comer pouco com qualidade.

Percebi que comer pouco com qualidade é muito mais difícil depois que o capitalismo te apresentou sabores que mechem com minhas emoções e sentidos.

Descobri que cirurgia bariátrica não é um milagre.

Percebi que sempre tive distorção da minha imagem.

Descobri que essa distorção foi criada pela mídia.

Percebi que há muito tempo atrás, quando me achava muito gorda, na realidade eu era magra.

Descobri que quero voltar a ser como antes.

Percebi que não teria tido todos esses transtornos se tivesse descoberto tudo isso antes.



Descobri que não tinha percebido nada disso antes de fazer essa cirurgia e estou feliz por aprender.

MINHA EVOLUÇÃO

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